Ao me deparar com esta
foto, que ilustra este artigo, volto ao passado, no início dos anos noventa.
Fernando Collor de Mello é o novo presidente do Brasil. Vivíamos uma verdadeira
fase de trânisção política e social, saindo de um terrível regime militar e
entrando na onda da democracia.
Eu, na época petista trotskista,
vinha da linha de Jacob Bittar, presidente do Sindicatos dos Trabalhadores em
Petróleo, fundador do PT ao lado de Lula.
Como representava uma pequena massa
de trabalhadores foi preterido e deixado de lado, com Lula se sobressaindo,
pois era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, que agregava quase um milhão
de trabalhadores sindicalizados e que a todo instante promoviam greves
gigantescas por todo o país.
No entando, Bittar era
o homens mais indicato para candidato a presidente, pois trazia em seu perfil
propostas significativas de mudanças reais para o Brasil, inclusive na área
social. Ele era mais autentico, pensava num todo e defendia realmente as
massas. Jamais pensou em negociar com ditadores e com os remanescentes dos
militares.
Para Jacob Bittar, o
Brasil tinha que mudar por completo sem jamais negociar com os resquícios da
política viciante do país, instalados desde a o período da Colonização. E que permanecem até hoje enfiados entre repartições públicas e nas corrupções que surgem a todo instante. São as verdadeiras sanguessucas do dinheiro brasileiro.
O que impediu Bittar de
prosseguir com as reformas radicais necessárias foi a prisão de Lula. Não foi
lá uma prisão dos porões da didatura. Mas, o fato ganhou proporções.
A partir daí começou a
queda de braços. Bittar perdeu, porque os metalúrgicos, da época, foram mais
acirrados que os petroleiros.
Muito bem, Lula foi
candidato a presidente contra Collor. Estava indo muito bem até que se deparou
com uma verdade que Collor revelou em pleno debate de TV: Lula era um adúltero,
pois teve uma filha fora do casamento, fato pelo qual omitia.
Foi um duro golpe. A
população brasileira não admitia um imoral comandando o Brasil. Collor, ao seu
jeito alagoano de fazer política, foi eleito pela elite, apesar de ser a ovelha negra da família.
Sem
saber onde enfiar a cara, Lula recuperou-se do golpe e passou a atacar Collor de
todas as formas possíveis. Foi um dos mais ferrenhos adversários contra os colloristas.
Perseguia Collor em tudo o que era possível, e no impossível, também.
Tratava-se de uma
questão de honra, não de compromisso social com o pais. Até Collor pagar com a
mesma moeda.
O PT e a Globo se
uniram, por de trás dos panos, e descobriram que o desafeto também tinha tido
um filho fora do casamento.
No momento da
revelação, Collor estava em queda por que fazia um governo de arrogância, muito
marketing e escandâlos de todos os níveis, apesar de ter dado uma enorme
contribuição à imagem do Brasil lá fora, no exterior.
De fato, Collor, é duro
dizer isso, colocou o Brasil na rota do desenvolvimento econômico, indutrial e
tecnológico. Para isso, ele comprou uma enorme briga com as indústrias
tupiniquins, principalmente as do setor de carros.
Comprou Também uma
briga enorme com as Forças Armadas, com o Congresso e com o Poder Judiciário,
para os quais não dava bola, governando o país sob medidas provisórias.
Por este
comprometimento, Collor, de forma ilegal, foi destronado do poder e teve que se
auto exilar na Flórida.
Pois bem, de lá para
cá, alguns anos se passaram e vejo que há milagres na política brasileira com Collor e Lula
trocando carinhosos afagos como se nada tivesse acontecido.
Ambos deveriam vir a público e pedir desculpas ao povo brasileiro e mostrarem arrependimento pelas ocorrências lamentáveis do passado. Mas...
Ambos deveriam vir a público e pedir desculpas ao povo brasileiro e mostrarem arrependimento pelas ocorrências lamentáveis do passado. Mas...
Enfim, a conclusão que
se chega é que a política brasileira é assim em todos os níveis, ocasiona a
oportunidade de inimigos se tornarem amigos quando está em jogo a luta pela
sobrevivência de seus interesses. Color e Lula representam hoje o engano dos
enganos.
Uma pena que a
sociedade brasileira não reage a este tipo de coisas. Se isso persistir, e o
que deve ocorrer, teremos os mesmos tipos de personagens.
Vamos tocando em frente!
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