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O futuro da política brasileira está nas mãos dos jovens que devem deixar o sono profundo e voltar a se movimentar, como se movimentou em 20 de junho, mostrando ao Brasil que é possível mudar, sim! |
Pelas sei lá quantas vezes, Lula diz publicamente
que não será candidato a presidente da República. É uma situação sine qua non.
Ou seja, tudo dependerá não dele apenas, mas de como o quadro sucessório se
dará, efetivamente, nos próximos dias, talvez até setembro, quando as coisas
entram no eixo final.
Para ousar sair candidato, apesar de ser
apontado nas pesquisas como favorito, Lula quer saber como norteará os destinos
de Eduardo Campos (PSB), atual governador de Pernambuco; de Marina Silva; do
cenário político do Rio de Janeiro e, principalmente, do PMDB o maior aliado do
PT e que sustenta os lulistas até hoje. Lula sabe que se o PMDB retirar o apoio
histórico, suas pretensões morrem, mesmo que os milhões de famintos do Bolsa
Família permaneçam fiéis.
Repito: sem o PMDB, o maior partido do país
e da América Latina, as intensões lulistas morrem no vazio.
Por isso, sabe que seu favoritismo nas
pesquisas não indica favoritismo nos bastidores, pois é ali que o ‘bicho’ pega
pra valer.
Na verdade histórica da política brasileira, as
coisas se decidem nos burburinhos dos bastidores, nos pilares que sustentam o
as ambições dos homens e pessoas que planejam dar rumo ao país. A seus gostos,
logicamente.
Então, se Lula é favorito nas pesquisas e
por que Dilma não o é? Simples, Dilma não foi feita para dar certo. Nas
pretenções de Lula elegê-la foi justamente com esta única intenção, que a administração
dela não evoluísse.
Com boas intenções ou não, Lula sabia que ela não teria
preparo o suficiente para delegar poderes. Sabia que ela, por ser uma
ex-guerrilheira, é uma pessoa intempestiva, não dada a liderar e gostar de ser mandona,
uma feminista convicta, daquelas de galocha, como se dizia nos anos setenta.
Chata mesmo!
Lula, enfim, aprendeu fazer política. E aprendeu
com grandes mestres. Aprendeu com Antonio Cândido Plínio de Arruda Sampaio,
Paulo Evaristo Arns, Florestan Fernandes, Luis Carlos Prestes, Jacob Bittar,
Celso Daniel, Mário Covas, José Serra, Fernando Henrique Cardoso e, pasmem!,
com Maluf, Collor e José Sarney.
Ele sabe exatamente como atenuar uma situação
pelas experiências do passado e como sair dos enroscos pelas realidades do
presente.
Em conversa miúda, Lula fritou Dilma. Ela só
ficou sabendo disso agora, em seu terceiro mandato, quando estouraram as
revoltas de 20 de junho.
Enfraquecido e acuada, Dilma, para se dar bem,
teria que trair Lula. No entanto, observando tudo o que te cerca, sabe que está
numa ratoeira diabolicamente armada pelo lulismo.
O que fazer? Nada!
Ela não pode dar um passo adiante, pois não tem
como mover uma peça. Para seguir adiante, teria que desarticular toda uma rede
de quadrilhas instaladas em seu governo, a qual a envolveria.
Lula, como bom malandro, no exemplo
típico de Chico Buarque, afaga o ego de Dilma declarando juras de amor e que
está com ela, e mais: de que ela é favorita a permanecer no posto.
Entretanto, o cenário político já mostra
descaradamente que Dilma tem chances remotas de seguir adiante.
Apesar disso, ela briga com qualquer candidato
para disputar ao menos o segundo turno.
O lamentável desta situação política é que não há
nomes significantes para dar um basta definitivo em Dilma, e para ameaçar Lula.
Os nomes que ai estão em voga não são páreos
para nada. Vejamos: Eduardo Campos, Aécio Neves, Antony Garotinho, Sérgio
Cabral, Beto Richa, Tarso Genro e outros.
Até mesmo Marina Silva, que luta para validar
o seu partido, dá mostra que não terá a mesma credibilidade que teve nas
eleições passadas. Correndo por fora está o nome de José Serra, que ainda não
tem o seu futuro político definido, já que o seu partido, o PSDB, o rejeita.
A bem da verdade é que o PSDB não tem ninguém melhor
do que José Serra, sendo ele ainda o único com possibilidades de fazer frente a
Dilma e tentar parelhar com Lula.
E como já está tudo na reta final,
sabendo disso, Lula joga suas cartas com tranqüilidade, pois sabe que tudo
reverterá em seu favor, mesmo tendo sido aumentada sua taxa de rejeição.
Replicando: ele só se sustenta se o PMDB o
sustentar. Fora disso, ele não tem chances, apesar de sair na frente.
Visualizando o quadro atual: o PMDB é quem decide as eleções do Brasil.
Infelizmente, salvo engano da minha parte (e
assim seja), o Brasil caminha para mais um período de obscurantismo. Ou seja,
sem sinal de futuro à frente.