quinta-feira, setembro 30, 2010

Candidatos do Vale gastam R$ 16,5 milhões para chegar na Assembléia

O Vale do Ribeira tem cinco candidatos a uma possível vaga a deputado estadual. Juntos declararam ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que devem gastar até R$ 16,5 milhões para tentar representar a região na Assembléia Legislativa. Atualmente o ex-prefeito de Registro Samuel Moreira (PSDB) é quem, em tese, representa o Vale do Ribeira. Justamente ele, igualmente aos candidatos Luis Henrique Arantes (PSL) e Quinco Soares (PMDB), quem apresenta valor baixo de campanha, apenas R$ 2,5 milhões.

O jovem empresário Rodrigo Mendes (PTB), de Pariquera-Açu, que recebe o apoio integral do deputado federal Nelson Marquezeli (PSB), registrou a intenção de gastar R$ 4 milhões. Já o médico Franklin Cangussu (PSB), que tem campanha ancorada pelo deputado federal Márcio França (PSB), é quem investindo mais: R$ 5 milhões.

Das declarações de bens, o campeão de fortunas é Samuel Moreira, com R$ 703.618,00. Logo atrás vem Franklin, com 313.886,47. Na seqüência, Quinco Soares possui R$ 103.147,47. Já Rodrigo Mendes, apesar de empresário bem sucedido, diz que tem apenas R$ 59.560,00. Sem nada, foi o que declarou Luis Henrique, mesmo se dizendo professor de curso superior.

Dentre os bens de maior valor declarado por Cangussu consta a construção de prédio comercial em Iguape: R$ 137.600,00. Samuel, por sua vez, tem investido R$ 356.040,00 de aplicação em CDB, no Banco do Brasil. No caso de Rodrigo, o maior patrimônio são quotas de participação da Mendex Networks Telecomunicações Ltda, no valor de R$ 59.400,00. Já o ex-prefeito de Juquiá, Quinco Soares, tem como maior patrimônio um apartamento na avenida Presidente Wilson, no valor de R$ 40 mil. Luis Henrique, como declarara, diz não ter nenhum investimento, nem mesmo pessoal.

ORIGENS

Da origem de nascimento, teremos dois mineiros brigando. Samuel, para quem acha que é valerribeirano, para não dizer miracatuense ou registrense, está redondamente enganado. Ele nasceu em Governador Valadares, localizada numa região densamente produtiva, na divisa com o estado do Espírito Santo. O médico Cangussu é natural de Monte Claros, próximo do Vale do Jequinhonha, considerada a região mais pobre do país. O gaúcho Luis Henrique é nascido em Porto Alegre. Os únicos paulistas na disputa, Rodrigo, nasceu em Pariquera-Açu, enquanto que Quinco não nasceu em Juquiá, mas em Santos. Diante disso, Rodrigo, na verdade, é o mais nativo candidato da região. Ele, junto com Luis Henrique, são os únicos candidatos solteirões.

O que há de comum entre Cangussu e Luis Henrique nestas eleições é que ambos atualmente residem em Iguape. Cangussu é diretor-proprietário de uma clínica oftalmológica na cidade, enquanto que Luis Henrique administra uma pousada, no bairro de Icapara, cujo dono é o pai. Na comparação entre Samuel e Rodrigo há uma enorme distância. Enquanto Samuel, engenheiro, empresário, prefeito de Registro e atual deputado, Rodrigo nunca venceu uma eleição, apesar da experiência de ter disputado a de 2008, quando saiu candidato a vereador em Pariquera-Açu. Já Quinco, empresário do ramos de engenharia e concretagem, é figura conhecida da política regional tendo sido prefeito de Juquiá.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Candidatos paraquedistas investem pesado pelos votos do Vale

Nunca na história do Vale do Ribeira registrou-se a presença de inúmeros candidatos como nas atuais eleições. Até o comediante Tiririca está em busca dos votos dos mais de 500 mil eleitores dos 26 municípios da região. Todos eles se mostram dispostos a conquistar o eleitorado com todos os meios possíveis de convencimento. Para isso, devem gastar em torno de R$ 20 milhões entre contratação de pessoas, material de propaganda, locações de veículos e sedes de campanhas, divulgação nos meios de comunicação e outros serviços. É muito mais do que os candidatos locais pretendem desembolsar.

Entre os candidatos a deputado estadual, o que está investimento maciçamente em material de propaganda e contratação de cabos eleitorais é o ex-prefeito de Cotia, Quinzinho Pedroso (PDT), mesmo tendo declarado ser dono apenas de uma moto Honda 2001 e de um Gol 2005, num valor total de R$ 38,030 mil. No entanto, informações dão conta que ele está podendo desenvolver esta mega-campanha graças as doações que vem recebendo. Por causa disso e de outras acusações, Quinzinho disputa o pleito sob recursos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que já havia cassado sua candidatura.

A campanha dele não começou recentemente. Há pelo menos um ano, ele já vinha montando e ampliando suas áreas de ações, procurando conquistar, primeiramente, vereadores (mesmo de outros partidos) e depois lideranças empresariais e sociais dos municípios da região. De acordo com informações, ele está investindo em torno de R$ 4 milhões (fora os quase R$ 2 milhões que já gastou anteriormente) para conseguir em torno de três mil votos, no mínimo.
Outro paraquedista que também está jogando tudo na região e tenta a reeleição é Jorge Caruso (PMDB). Só em Pariquera-Açu, ele contratou mais de trinta pessoas para trabalharem seu nome. Fora os investimentos em veículos, material de propaganda e divulgação na mídia regional. Caruso espera ser retribuído com dois mil votos para serem somados aos da Zona Sul da capital paulista, sua localidade de origem. Para Clóvis dos Santos, ex-vice-prefeito, vereador e atual diretor municipal de Pariquera-Açu, Caruso não é paraquedista. Não é o que pensam as demais lideranças políticas da região.

Procurador da Justiça, Fernando Capez (PSDB), utilizando-se da fama de ter sido o responsável pela extinção das torcidas uniformizadas nos estádio de futebol, também briga por uns punhados de votos da região. A distribuição de seu material de campanha tem sido bem forte, sendo notado, principalmente, nas áreas centrais das cidades.
Milton Leite, filho do pai vereador paulistano de mesmo nome, está fazendo uma campanha bem aquém das eleições de 2006, quando foi tido como o maior investidor do pleito mais milionário da história do Vale. Talvez, por já está familiarizado com a política local, Leite está mais econômico e traz a tiracolo, a deputado federal, outro parente, Alexandre Leite. Mesmo assim, ele está investindo forte para se manter por mais um período na Assembléia Legislativa. Ao todo estima-se que em torno de quinhentos candidatos pleiteiam os votos do Vale do Ribeira.
Dos candidatos federais paraquedistas, há diversos nomes na busca de votos. Mas todos eles trabalham na cola e carona de candidatos estaduais. É o caso de Nelson Marquezelli (PTB). Fiel ao seu partido, ele procura trabalhar com jovens candidatos da sigla, principalmente se ele tiver ligações com os movimentos evangélicos, preferencialmente dos adventistas, onde goza de grande conceito.

terça-feira, setembro 28, 2010

Apenas promessas, são as propostas dos candidatos veranistas

Eles não são da região, mas quando são chamados procuram ser o mais gentil possível com o eleitorado daqui. São os casos de Telma de Souza, Maria Lúcia Prandi, Arnaldo Jardim, Fausto Figueira, Arnaldo Faria de Sá, Arnaldo Madeira, Beto Mansur, Campos Machado, Paulo Maluf, Waldemar Costa Neto e outros. Todos eles têm um interesse em comum pelo Vale do Ribeira: o voto do povo daqui. Por esta razão, procuram não se descuidar e estão sempre atentos às necessidades do povo.

Atualmente, de todos eles, quem mais tem sido atuante e presença marcante nas lutas e conquistas sociais é a deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT), que nestas eleições concorre a uma vaga na Câmara Federal. Demonstrando muita simpatia pela região, ela diz que, se eleita, o Vale do Ribeira, terá sua voz duplicada na Câmara dos Deputados: a dela e a do deputado Márcio França, caso ele se reeleja.

A ex-prefeita e atual vereadora de Santos, Telma de Souza (PT) já foi por vários anos campeã de votos no Vale do Ribeira. Ela foi uma das pioneiras pelas causas da região nos anos 80. Quando se imaginava que ela fosse ter todo o respaldo do governo Lula, eis que Telma sumiu do cenário, não conseguindo a reeleição e perdendo o prestígio no próprio partido. Desapontada com os rumos tomados pelo partido, Telma ressurgiu das cinzas ao se eleger vereadora e agora, revigorada, tenta conseguir uma vaga na Assembléia Legislativa.

Da escola malufista, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB) há várias eleições tem conseguido manter seus ‘votinhos milagrosos’, que somados aos da Baixada Santista e Grande São Paulo tem se mantido no cenário da política nacional. Outro da linha malufista, Campos Machado (PTB) ainda nutre o sonho de ainda ser candidato a governador. Enquanto isso não acontece, ele tenta mais uma reeleição a deputado estadual com a ajuda, de muitos anos, do eleitorado da região.

Arnaldo Jardim, atual deputado pelo PPS, sempre se qualificou de centro esquerda, mas adora ‘namorar’ o poder. Com isso, ele tem conseguido arrastar a um bom tempo os votos do Vale, graças amizade com o atual governador Alberto Goldman, que também sempre teve votos dos municípios locais.

O deputado federal Arnaldo Madeira (PSDB) aprendeu a ter votos no Vale, graças à parceria com o deputado estadual Samuel Moreira (PSDB), desde os tempos em que este foi prefeito por duas vezes de Registro. Ele espera repetir a dose.

O ex-prefeito de Santos, Beto Mansur (PP), que nas eleições de 2006 tomou o lugar de Telma de Souza na Câmara Federal, é mais um que aprendeu que os votos do Vale são fundamentais para serem somados aos de Santos, Baixada Santista e Litoral Norte. O também deputado Fausto Figueira (PT) tem sido figura conhecida do eleitorado regional. Ele montou sua base de ações políticas e sociais, e espera ser recompensado pelos empenhos dos últimos anos.

Há os candidatos cara de pau, como Waldemar Costa Neto (PL), que mesmo depois de ter renunciado ao cargo e se envolver em esquemas de corrupção, aparecem para pedir votos, sem qualquer pudor ou remorso. Assim também ocorre com o decano da política, Paulo Maluf (PP), que ainda mantém grande número de simpatizantes. Aliás, ele ainda é o campeão de votos na região.

Estima-se que 300 candidatos a deputado federal estejam circulando pela região em busca dos votos do eleitorado local. Os investimentos deles são feitos conforme amarrações que fazem com os candidatos a estadual.