terça-feira, março 19, 2013

A HIPOCRISIA DA SINCERIDADE

Francisco I está ganhando conceito popular em menos de uma semana de papado. A Igreja Católica, como lhe é peculiar, procura abafar o envolvimento de dom Bergóglio com o regime militar argentino

Estive observando as primeiras homilias do novo papa Francisco I. Ele está caindo na graça dos católicos.

Com isso, a Igreja Católica já convoucou o seu staff de marqueteiros para promover Mario Jorge Bergóglio como um homem plenamento santo e dócil, procurando afugentar o seu passado, a exemplo do que fez a presidente búlgara Dilma para esconder seus tempo de guerrilheira, assaltante de banco, etc. Assim como também fazem Roberto Carlos, Xuxa, etc.

Contudo, a tática não está pegando ainda muito bem na Argentina, terra natal do papa. O povo portenho está ainda dividido. Os que sofreram os horrores da Ditadura sabem muito bem o que representou a aliança do cardeal de Buenos dom Berglóglio com o ditador Videla: muitas mortes, muito sofrimento, muita perseguição, desaparecimento de pessoas e doação de crianças de mulheres presas às famílias abastadas colaboradoras do desolador regime militar.

Mas, a Igreja Católica é especialista em esconder suas histórias horrendas. Convive com elas, certamente, mas a abafa, a minimiza. É o que está procurando fazer com o ‘carismático’ Francisco I.

Voltando às homilias, a que me chamou a atenção foi a afirmação de que o Cristianismo que aí está, pregada não só pelo catolicismo, mas pelos evangélicos também, não passa de assistencial social. “Se não confessarmos Jesus Cristo, seremos uma ONG piedosa, mas não a Igreja”. Ele foi muito aplaudido entusisasticamente pelos presentes.

Confesso que ele tem um certa dose de razão. De fato, nunca se praticou, em toda a história humana, desde a fundação do Cristianismo, após Jesus, às vontades do Filho de Deus.

Não se pode afirmar que o que se fez até agora, em quase dois mil anos, após os ensinamentos dos 12 apóstolos e mais Paulo, algo digno de prática e conduta das vontades de Cristo. Não foi.

E não foi mesmo. As igrejas de pedra dos Ortodoxos Gregos (Orientais), do Catolicismo, do Protestantismo e Evangélicos não leveram a efeito os ensinamentos fundamentais de Jesus Cristo: a construção de uma igreja, verdadeiramente, espiritual.

Pelo contrário, as igrejas de pedras enganaram, roubaram, mataram, flagelaram os pobres, ficaram do lado do poder, se apoderaram das terras, confiscaram castelos e mandaram à fogueira da ‘Santa Inquisição’ milhares de almas ao purgatório ou ao inferno.

A Palavra de Deus não foi pregada verdadeiramente até hoje. Ainda bem que Deus está tendo misericórdia de nossas almas e dando oportunidade para que ‘homens santos’, enviados por ti, ensinem as pessoas a conhecerem as vontades de Jesus Cristo.

Pode até ser que no íntimo Francisco I, com suas deicaídas franciscanas, pense assim. O difícil será ele transformar o que diz em prática, como Jesus ensinou.

Há uma distância em pensar e fazer às vontades do Deus Vivo. Temos como exemplo o sumo sacerdote e os sacerdotes do Templo de Israel. Como ritual faziam o que era determinado, mas como praticantes decepcionavam a Deus, que se irritavam com seus zelos pelas coisas do Templo, mas impuro de coração.

Não basta a Francisco I dizer que a igreja de pedra age como uma ONG. É necessário ir mais longe para colocar em prática ás vontades de Deus.

É necessário que ele, assim como todo o clero, se convertam, verdadeiramente, em Jesus Cristo, confessando seus pecados diante do Filho de Deus.

Entretanto, para assumir esta radicalidade e compromisso, com Jesus, é preciso deixar de lado as práticas hipólcitas dos sumos sacerdotes da Israel de outrora.

Falar de Jesus é fácil. O difícil é se converter, ter vida nova, assumir uma postura de justiça em tudo o que fala e pensa diante do que o Mundo nos oferece. Estaria a Igreja Católica disposta a ir contra o Mundo que aí está?

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