GALEANO, A NATUREZA E DEUS
O
escritor uruguaio Eduardo Galeano, nos meus tempos juvenis de ardor pela
justiça no Brasil do período militar, me cativou muito com o seu livro ‘As
Veias Abertas da América Latina’, que para mim ainda é o melhor livro de
história do continente, revelando a espoliação e crueldade que os colonizadores
europeus cometeram contra a natureza e povos nativos destas terras.
Além
de escritor, Galeano é um fervoroso ativista em defesa dos direitos humanos e
da preservação do meio ambiente de todo o continente latino americano.
Surfando
pelas páginas da Internet, me deparei com esta frase acima atribuída a ele.
Chamou-me a atenção, o fato dele reclamar de Deus por este não ter incluído em
seus mandamentos a obediência do homem quanto à preservação da natureza criada
pelo próprio Deus.
Surpreende-me
esta constatação de Galeano. Dá a entender que ele não é ateu como se comenta
nas rodas da intelectualidade mundial.
Meu
caro Galeano, para seu conhecimento, Deus, o Deus Vivo que eu creio, ao contrário
da sua reivindicação, como criador de todas as coisas, teve muita afeição por
tudo o que está na Terra. Um exemplo, foi quando Ele resolveu inundar toda a
Terra. Enviou à arca de Noé, todos os casais de animais para que estes fossem
preservados da extinção.
Após
o dilúvio, Deus chamou Noé e sua família, e por meio destes, como representantes
de toda a humanidade, entregou tudo ao poder do homem. “E a vocês eu entrego,
como já lhes havia entregue os vegetais”, Gênesis 9:3.
Quando
Deus criou tudo e colocou sob os cuidados do homem, admirou-se com o que foi
criado por Ele mesmo. “E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom”,
conforme está em Gênesis 1:31.
No
entanto, Deus sabia do coração do homem com tendência para o mal.
Por
ser criador de todas as coisas, inclusive do homem, Deus se preocupou em
alentar o homem de que a sua maldade viria contra si próprio.
Para
Deus fazer o homem se preocupar com a natureza em volta de si, era necessário que
o próprio homem respeitasse ao seu Criador. Fazendo isso, certamente, o homem
entenderia e respeitaria tudo o que Deus criara em favor do próprio homem.
Se
perceber, meu caro Galeano, o homem não foi capaz de compreender a Deus, como,
então, poderia valorizar o que fora criado pelo poder divino?
Pela
falta de compreensão racional do homem, Deus se afastou de sua criação e o
deixou a mercê do livre arbítrio. Só voltaria a se manifestar mais adiante e ao
povo de Israel, com quem firmou uma aliança de santidade para que estes fossem
luz aos demais povos da Terra.
Estabeleceu
a estes os Mandamentos que se resumiam em temer a Deus, amor ao próximo e os
demais na preservação da santidade entre os membros das doze tribos de Israel.
Outras disciplinas e ordenanças foram estabelecidas por Deus aos israelitas. Em
muitos casos, delas tratavam-se da relação do homem com a natureza. Em
Sabedoria 6:21 diz-se: “Os olhos do Senhor observam os caminhos do homem e lhe
vigiam todas as trilhas”.
Deus
estava atento a tudo o que homem fazia de mal não só com seus semelhantes, mas
com a natureza também.
Em
tese, Deus fez a natureza para o homem. Caberia ao homem respeitar
integralmente tudo o que Deus criou.
Se
o homem não é capaz de reconhecer que Deus fez tudo para ele, como poderá
respeitar a Natureza?
Em
suma, o homem é um ser insaciável, incontrolável e incorrigível, tanto que foi
capaz de matar o Filho de Deus, Jesus que veio para redimir os judeus, que se
tornaram, para Deus, o pior dos piores homens.
Para
acabar com a maldade humana, Deus propõe, por meio de Jesus, a salvação dos que
temem as ordens divinas. A estes será dada um novo céu e uma nova terra, onde
habitará a justiça.
Olhando
pela ótica da fé, meu caro Galeano, a Terra já está condenada e não há mais o
que salvar dela, pois deus exterminará toda a Via Láctea. Os que não crerem
serão extintos junto com que tudo há nesta galáxia.
Estranho?
Sim, aos olhos de quem não crê parece algo improvável, impossível de se
acontecer.
Finalizando, caríssimo Galeano, o homem, ao longo da sua existência,
jamais foi capaz de perguntar a si mesmo: por que tudo isto existe? Quem o fez?
E por que o fez?
Devia, o homem, se conformar definitivamente de que algo superior, acima de qualquer capacidade de compreensão, fez tudo para que o ser humano vivesse em perfeita harmonia com a natureza. O projeto não deu certo, infelizmente.
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