quinta-feira, outubro 21, 2010

Um mundial a ser questionado

Título de 2000 do Corinthias abre precedentes
para a reivindicação de outros times mundiais

Esta semana está sendo de muitas revelações. Uma delas é no futebol. Com todo respeito aos corintianos, mas Roberto Carlos, o lateral esquerdo do time, está coberto de razão. Não é nada fácil um jogador vir a público e dizer o que ele disse, afirmando, em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, que o título ‘mundial’ conquistado pelo Corinthians em 2000 não passou de um ‘mundialito’. Só um jogador da estirpe dele teria a coragem e postura de dizer isso.

Na verdade, o torneio daquele ano foi experimental. O Corinthians nem poderia ter participado dele. Isso só ocorreu em virtude do torneio ter sido realizado no Brasil e, para brindar o país, a Fifa, por motivos políticos e marketing, acabou incluindo o time paulista por ter sido o campeão nacional daquele período.

Foi merecida a conquista? Sim, sem dúvida, pois o time corintiano, apesar de não ter jogado tão bem aquela final com o Vasco da Gama, ganhou nas disputas de penalidades. Graças a uma finalização, incrivelmente desperdiçada por Edmundo, então o craque cruzmaltino. Durante os noventa minutos, o Vasco foi melhor.

Mas, como Roberto disse, os times visitantes, principalmente Real Madrid (onde ele jogava na época) e Manchester City não queriam nada com nada, pois sabiam que o título não tinha valor significativo. Vieram ao Brasil mais em ritmo de férias. “Muitos jogadores do nosso time ficavam acordados até às 5h, 6h. O pessoal não dormiu, muitos vieram aqui a passeio", diz ele na entrevista.
“Além do mais, os times europeus enfrentaram um calor enorme. O pessoal do Manchester United, então, lá no Rio, ficava só na piscina”, completou.

Diante desta exposição, vinda de um jogador que é ídolo atual dos corintianos, de, fato, o ‘mundial’ ganho não passou de torneio de férias. No entanto, o Corinthians levou isso a sério e coloca a conquista como a principal da sua história. Fato mais do que importante para a glória e honra dos cem anos da existência do time. Mas, não para a história do futebol mundial.

Esse ‘mundialito’, como Roberto bem disse, abriu precedentes para que outros times de todo o planeta reivindicassem conquistas de torneios internacionais semelhantes dos últimos sessenta anos. Sãos os casos do Millonarios (Colômbia), América (México), Hovend (Hungria), Vasco e Palmeiras, ambos brasileiros. Além de outros mais. Todos entendem que suas conquistas foram semelhantes ao do Corinthians.

No entanto, os organismos e pesquisas do futebol entendem que para ser campeão do mundo, o time necessita ser campeão do seu país (o que ocorreu com o Corinthians), depois o do continente e, sequentemente ter o direito de disputar a final do mundial. Desta forma, São Paulo (três vezes) Santos (duas), Flamengo, Grêmio e Internacional sãos únicos times brasileiros campeões mundiais.

Não se pretende menos prezar a brilhante conquista corintiana em 2000, mas ela não tem o mesmo peso que tiveram as equipes citadas que venceram seus mundiais depois de conquistarem os títulos nacionais e continentais. Justiça seja feita para o bem da história do futebol mundial. Nada mais que isso.

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