quinta-feira, abril 25, 2013

A ATERRISAGEM DE UM ESTRANHO

De gravata vermelha 'Dr. Rey', com seu gesto de excentricidades constantes, posa ao lado da cúpula do PSC como a nova aquisição às eleições de 2014
O PARTIDO Social Cristão, a sigla PSC, como se diria na gíria futebolística, fez uma contratação de peso para montar o seu time com vistas às eleições do ano que vem.

A CONTRATAÇÃO foi a do falacioso e personalista Roberto Miguel Rey, um brasileiro pobre nascido no Brasil, mas que teve a grata sorte de ser adotado por família de estadunidenses e lá entre os yankees teve a grande oportunidade de cursar cirurgia plástica.

ATÉ aí nada de anormal. Ocorre que Rey, conhecido por ‘Dr. Rey’ tentou tornar-se celebridade do Jet - set estadunidense por meio de um programa de TV, onde ficou conhecido por ‘Dr. Hollywood’. Uma fama rápida que o tornou conhecido no mundo da cirurgia plástica. Até aí também nada de anormal.

COM esta bagagem a tiracolo, não se sabe por qual razão, talvez saudades do país de origem, deixou o Tio Sam e desembarcou no Brasil. Para entrar de sola no restrito e fechadíssimo mundo da cirurgia plástica do país, Rey procurou entrincheirar-se naquilo que dá mais popularidade instantânea no Brasil: a TV.

TIRO certo. Na Rede TV fez programa e, rapidamente, galgou o espaço projetado para se tornar um brasileiro de sucesso, nem tanto pela profissão, mais pelo seu exibicionismo, tentando se aproximar de Boy George, caso pudesse.

REY é excêntrico, personalista, vaidoso, gosta de freqüentar academias, bom vivant, adora o espocar dos flashes de máquinas fotográficas e de vídeos.

APARENTEMENTE se mostra simpático e devotado à família, apesar dos modos estranhos de se vestir, de se portar, quase andrógino. Enfim, busca mostrar a educação yankee que teve aos brasileiros.

NO ENTANTO, ele diz ser mormonista, ou seja, é adepto da Igreja dos Santos dos Últimos Dias, conhecida por Igreja Mórmon, misto de cristianismo com crenças de doutrinas humanas, inspiradas pelos seus fundadores. Para os evangélicos e católicos não passa de uma seita herética a serviço de Satanás.

está um breve perfil do ‘Dr. Rey’ ou ‘Dr. Hollywood’.

ESTA é a nova aquisição do PSC. Até aí nada de anormal.

OCORRE que o PSC, que no seu passado não tão distante, foi um partido muito severo na filiação de seus membros, parece ter aderido a onda do tudo ou nada para abocanhar certa fatia do poder político do país.

TEMPOS atrás, para se filiar ao partido era necessário, antes de tudo, ser um cristão de verdade e a serviço dos bons costumes e na defesa da doutrina cristã, da família e da propriedade. Não era qualquer pessoa que podia freqüentar as reuniões da sigla.

ERA rotina, então, dizer que o partido se assemelhava à maçonaria. Suas reuniões eram silenciosas, comedidas e sem muito qüiproquó. A proposta das reuniões não tinha como objetivo ganhar eleições a qualquer custo em decorrência da queda da moral e da ética que o partido mantinha. Por isso, o PSC era um partido intermediário, sem inchaço em suas fileiras.

O QUE mudou então no partido? Muitas coisas mudaram e a doutrina cristã foi deixada de lado, principalmente quando Edir Macedo utilizou-se da sigla para crescer na política.

O PARTIDO perdeu ainda mais sua ‘identidade cristã’ justamente quando membros da Assembléia de Deus, Os Gideões e outras denominações pentecostais se apossaram do comando, dando novos rumos. Até os membros católicos, convictos se retiraram.

O PSC segue exemplos adotados pelo PCdoB (Partido Comunista do Brasil), PV (Partido Verde) e tantas outras siglas que abandonaram seus propósitos fundamentais para lutarem por fatias dos poderes municipais, estaduais e federal.

UM EXEMPLO, o que entende de militância comunista o cantor Netinho de Paulo para fazer parte do PCdoB?

O MESMO se pergunta do ‘Dr. Rey’. O que ele entende de cristianismo para fazer parte do PSC, sendo um mormonista?

BEM! São perguntas que em termos de fidelidade partidária não interessam mais a ninguém. O que importa é que tanto Netinho como ‘Dr. Rey’ são populares e podem se eleitos.

O PARTIDO que eles representam pouco importa. O que importa mesmo é que eles dizem o que povo deseja ouvir. E o povo, por sua vez, vota sem saber por que estão votando. E fica tudo bem.

ASSIM caminha o Brasil. Até onde não importa. Importa é que esteja caminhando, mesmo que não haja um rumo.

FOI este mesmo povo que possibilitou a eleição de Marco Feliciano a deputado federal e que vive uma vida conturbada como presidente indesejado da Comissão dos Direitos Humanos e que, como ‘cristão’ prega o rodo contra os homossexuais, negros, a mulher, sem qualquer distinção e pudor.

LAMENTÁVEL!

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