quarta-feira, agosto 14, 2013

O OBSCURANTISMO QUE PERSISTE

O futuro da política brasileira está nas mãos dos jovens que devem deixar o sono profundo e voltar a se movimentar, como se movimentou em 20 de junho, mostrando ao Brasil que é possível mudar, sim!
Pelas sei lá quantas vezes, Lula diz publicamente que não será candidato a presidente da República. É uma situação sine qua non. Ou seja, tudo dependerá não dele apenas, mas de como o quadro sucessório se dará, efetivamente, nos próximos dias, talvez até setembro, quando as coisas entram no eixo final.

Para ousar sair candidato, apesar de ser apontado nas pesquisas como favorito, Lula quer saber como norteará os destinos de Eduardo Campos (PSB), atual governador de Pernambuco; de Marina Silva; do cenário político do Rio de Janeiro e, principalmente, do PMDB o maior aliado do PT e que sustenta os lulistas até hoje. Lula sabe que se o PMDB retirar o apoio histórico, suas pretensões morrem, mesmo que os milhões de famintos do Bolsa Família permaneçam fiéis.

Repito: sem o PMDB, o maior partido do país e da América Latina, as intensões lulistas morrem no vazio.

Por isso, sabe que seu favoritismo nas pesquisas não indica favoritismo nos bastidores, pois é ali que o ‘bicho’ pega pra valer.

Na verdade histórica da política brasileira, as coisas se decidem nos burburinhos dos bastidores, nos pilares que sustentam o as ambições dos homens e pessoas que planejam dar rumo ao país. A seus gostos, logicamente.

Então, se Lula é favorito nas pesquisas e por que Dilma não o é? Simples, Dilma não foi feita para dar certo. Nas pretenções de Lula elegê-la foi justamente com esta única intenção, que a administração dela não evoluísse.

Com boas intenções ou não, Lula sabia que ela não teria preparo o suficiente para delegar poderes. Sabia que ela, por ser uma ex-guerrilheira, é uma pessoa intempestiva, não dada a liderar e gostar de ser mandona, uma feminista convicta, daquelas de galocha, como se dizia nos anos setenta. Chata mesmo!

Lula, enfim, aprendeu fazer política. E aprendeu com grandes mestres. Aprendeu com Antonio Cândido  Plínio de Arruda Sampaio, Paulo Evaristo Arns, Florestan Fernandes, Luis Carlos Prestes, Jacob Bittar, Celso Daniel, Mário Covas, José Serra, Fernando Henrique Cardoso e, pasmem!, com Maluf, Collor e José Sarney.

Ele sabe exatamente como atenuar uma situação pelas experiências do passado e como sair dos enroscos pelas realidades do presente.

Em conversa miúda, Lula fritou Dilma. Ela só ficou sabendo disso agora, em seu terceiro mandato, quando estouraram as revoltas de 20 de junho.

Enfraquecido e acuada, Dilma, para se dar bem, teria que trair Lula. No entanto, observando tudo o que te cerca, sabe que está numa ratoeira diabolicamente armada pelo lulismo.

O que fazer? Nada!

Ela não pode dar um passo adiante, pois não tem como mover uma peça. Para seguir adiante, teria que desarticular toda uma rede de quadrilhas instaladas em seu governo, a qual a envolveria.

Lula, como bom malandro, no exemplo típico de Chico Buarque, afaga o ego de Dilma declarando juras de amor e que está com ela, e mais: de que ela é favorita a permanecer no posto.

Entretanto, o cenário político já mostra descaradamente que Dilma tem chances remotas de seguir adiante.

Apesar disso, ela briga com qualquer candidato para disputar ao menos o segundo turno.

O lamentável desta situação política é que não há nomes significantes para dar um basta definitivo em Dilma, e para ameaçar Lula.

Os nomes que ai estão em voga não são páreos para nada. Vejamos: Eduardo Campos, Aécio Neves, Antony Garotinho, Sérgio Cabral, Beto Richa, Tarso Genro e outros.

Até mesmo Marina Silva, que luta para validar o seu partido, dá mostra que não terá a mesma credibilidade que teve nas eleições passadas. Correndo por fora está o nome de José Serra, que ainda não tem o seu futuro político definido, já que o seu partido, o PSDB, o rejeita.

A bem da verdade é que o PSDB não tem ninguém melhor do que José Serra, sendo ele ainda o único com possibilidades de fazer frente a Dilma e tentar parelhar com Lula.

E como já está tudo na reta final, sabendo disso, Lula joga suas cartas com tranqüilidade, pois sabe que tudo reverterá em seu favor, mesmo tendo sido aumentada sua taxa de rejeição.

Replicando: ele só se sustenta se o PMDB o sustentar. Fora disso, ele não tem chances, apesar de sair na frente. Visualizando o quadro atual: o PMDB é quem decide as eleções do Brasil.

Infelizmente, salvo engano da minha parte (e assim seja), o Brasil caminha para mais um período de obscurantismo. Ou seja, sem sinal de futuro à frente.

Há uma saída possível? Felizmente sim. Há uma luz no fim do túnel. Que os jovens revoltosos se unam unanimemente mesmo em torno de algo que possa surpreender e fazer a diferença nestas eleições. Caso contrário, tudo permanecerá como estás.

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