segunda-feira, abril 15, 2013

O FUTURO DE SERRA

A saída de José Serra do PSDB para o PPS não é coerente com seu perfil de socialismo cavalheiresco
De todos os nomes que o PSDB tem hoje, não há ninguém, mesmo Fernando Henrique Cardoso, que se identifique perfeitamente com a sigla tucana do que José Serra.

Quem fez o PSBD foi Franco Montoro, insatisfeito com o PMDB que vislumbrava caminhar por uma onda mais malandra de Orestes Quércia. Com Montoro, vieram o próprio José Serra, Mário Covas, FHC, Severo Gomes.

No entanto, quem mais se identificou com o partido foi José Serra. Aliás, ele assimilou muito bem as propostas de Franco Montoro e seguiu o mestre convictamente, tanto que não é errado titular que Serra é a cara do PSDB, e o PSDB é a cara de Serra.

Depois de ter prestado uma longa folha de serviços ao partido, José Serra está sem o seu espaço merecido. Ex-senador, ex-ministro da Saúde, ex-governador, ex-prefeito paulistano, Serra, por sua conduta honesta de fazer política, perdeu espaço na sua própria casa.

É visto como um derrotado após perder três eleições para o PT. Duas para a presidência da República e uma para a prefeitura de São Paulo.

Diante do quadro tenebroso, Serra busca alternativas para se manter ainda vivo no cenário político, pelo menos em São Paulo.

O PSDB, do qual, sempre se colocou a disposição para manter o partido, Serra está sendo fritado e não terá chance de tentar disputar às eleições para um cargo executivo. Oferecem a ele uma vaga para concorrer ao Senado, o qual rejeita, pois entende que já teve uma passagem pelo Legislativo e o seu trabalho foi feito a contento como parlamentar.

Seu propósito é sair candidato a governador, mas esbarra em Geraldo Alckmin que é o atual governador e pretende disputar a reeleição.

Outra saída é tentar mais uma vez a eleição presidencial. O partido, já dominado por Aécio Neves, entende que chegou a hora de apostar no atual sendaor e ex-governador mineiro.

Como as portas estão fechadas, Serra tem convintes de outros partidos, como o PPS e o PSB. Mas nenhum destes preenchem o seu perfil de político conciliador, como sempre foi em toda sua vida política.

Não sou serrista, mas gosto de sua conduta ética. Ele joga na política com propostas e não no baixo nível. Serra tem postura. Prefere perder uma eleição, mas não parte para o tudo ou nada.

É um cavalheiro nato e raro na política brasileira. Tem elegância e não gosta de fazer amarrações inéptas.

No entanto, perdeu espaço no PSDB pelo fato do partido ter agregado nomes que não possuem perfis nada isentos ao que propos Franco Montoro desde o início, que tinha a visão de formar uma sigla com pessoas honestas, sem serem politiqueiras. E com visão de futuro, acima de tudo. Não é o que se percebe na atualidade.

Infelizmente, esta visão de Montoro deve estar se encerrando com Serra. O partido filiou nomes nada abonadores com a linha partidária.

Com isso, o PSDB está perdendo sua indentidade e tornando-se um partido comum, sem proposta, sem futuro e sem ética.

Trata-se prato cheio para o PT, pois vê o PDSB, até então como adversário direto, se afundando no mar da hipocricia. E o pior: sem um comando digno do que foi um Montoro, um Mário Covas, um Severo Gomes e do próprio José Serra.

Nenhum comentário: